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INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NO MERCADO DE SEGUROS NO BRASIL E PROJEÇÕES

09.08.2021
INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NO MERCADO DE SEGUROS NO BRASIL E PROJEÇÕES

Embora menos afetado do que alguns setores, em 2020, o mercado de seguros no Brasil foi impactado com a queda de 8,9% no lucro líquido, com cerca de R$ 17,52 bilhões ante R$ 26,22 bilhões em 2019.  

A pandemia serviu como um divisor de águas para a indústria de seguros, acelerou os esforços de digitalização e desafiou as seguradoras a entender melhor as necessidades de seus clientes e até realizar mudanças no modelo de apólice de seguro. Foi necessário bloquear voos internacionais, cancelar viagens particulares, proibir reuniões públicas e fechar escritórios. Isso atingiu duramente a economia global das seguradoras no Brasil, principalmente seguros de automóveis, viagens e eventos. 

Por exemplo, a demanda por seguro de viagem para fins pessoais e comerciais teve reduções significativas como resultado das proibições de viagens. Enquanto isso, os sinistros de seguros de viagens tiveram um aumento dramático.

Neste contexto, a MDS Brasil analisou o Mercado de Seguros em solo brasileiro, listou fatores comuns, dados sobre a situação econômica e destacou o compromisso das organizações em prezar pelas necessidades de seus segurados e colaboradores. 

Como resultado desse levantamento, a companhia acaba de lançar o e-book Dossiê Coronavírus e o Mercado de Seguros: Desafios, reflexos e projeções futuras. O livro digital remonta à descoberta do Coronavírus e sua chegada em solo nacional e conta com entrevistas e artigos de líderes globais da MDS, jornalistas especializados em seguros e executivos convidados das empresas iFood, Mercedes-Benz, Suzano e Genial. 

Eles descrevem as adaptações e reinvenções que têm sido necessárias em seus modelos de negócio para dar continuidade à prestação de serviços de qualidade aos clientes e à sociedade diante desta nova realidade mundial. 

O material ainda traz infográficos com dados de saúde mental, economia nacional e mundial e os reflexos sobre as diferentes modalidades de seguros do setor.  

Coronavírus e o mercado de seguros no Brasil

Ao todo, a paralisação das atividades econômicas no Brasil gerou uma queda de 4,5% do PIB em 2020 e os grupos de seguros tiveram uma perda de 3,5% no primeiro trimestre do mesmo ano.

Os resultados do desastroso primeiro semestre no mercado de seguros do Brasil foram recuperados na segunda metade do ano. Em dezembro as seguradoras no Brasil atingiram um crescimento de 15,1% se comparado ao mesmo período de 2019. O cenário anual do mercado cresceu em 1,3% e ultrapassou a marca de 273,7 bilhões de reais em receitas totais. 

O impacto de curto prazo da pandemia é evidente, mas ela também trouxe novas oportunidades para o setor. Modelos e perfis de negócios, bem como necessidades e requisitos de seguro pessoal, mudaram significativamente nos últimos tempos, assim como o mercado de seguros.

Apesar das dificuldades e limitações, o mercado de seguros no Brasil se adaptou rapidamente às novas realidades, superando os resultados de 2019. O setor de seguros em 2021, de acordo com o cenário de base, aponta para uma recuperação de 3% e, com um aumento de demanda para os seguros de Saúde, Vida e Comercial.

Como o mercado de seguros no Brasil enfrentou os desafios da COVID-19?

A pandemia Covid-19 terá efeitos de longo alcance em quase todos os negócios e as corretoras de seguros precisam ajudar seus clientes a seguir em tempos tão turbulentos e lidar com uma gama de questões relacionadas a seguros e riscos.

Essas questões abrangem uma variedade de negócios e setores, mas com um foco particular em negócios de varejo, hospitalidade, entretenimento e viagens. A situação atual dá origem a riscos adicionais para as próprias corretoras e coloca em foco o atendimento às demandas e necessidades de seus clientes.

Por exemplo, algumas apólices de seguro podem incluir itens específicos de pandemia ou epidemia, tanto por referência a doenças específicas ou exclusões mais gerais em relação a surtos de doenças transmissíveis. 

Enquanto corretora, nosso principal objetivo é entender as suas necessidades e obter flexibilidade nestas situações.

O mercado de seguros no Brasil segue com os impactos do COVID-19, desde questões de funcionários e continuidade de negócios até atendimento ao cliente e perspectiva econômica geral. Confira algumas medidas adotadas pelo setor:

  1. Digitalização

As organizações aceleraram seus processos de inovação e digitalização, investindo em Transformação Digital para proteger suas equipes e manter o distanciamento físico enquanto continuam suas atividades.

  1. Contenção de custos

Com a recessão econômica ocasionada pela pandemia, o mercado securitário passou a conter gastos e focar seus esforços em elementos críticos de curto prazo. Segundo pesquisas, 85% das seguradoras globais tiveram uma diminuição de receita em 2020, gerando a estagnação de projetos.

  1. Responsabilidade social

Surgiram novas ações visando o bem comum, considerando a realidade dos segurados. São notáveis as manobras para flexibilização de cobranças, mais agilidade no pagamento de indenizações, aumento da telemedicina e, em maior excepcionalidade, cobertura hospitalar, por dano ou morte devido à covid-19 –  o que não está previsto contratualmente, dadas as cláusulas de exclusão, mas foi aderido pelas organizações.

  1. Novos perfis e hábitos de consumo

O mercado agora mantém expectativas se a pandemia irá modificar severamente as exigências dos consumidores e observar as tendências de longo prazo. É fato que a jornada digital terá mais importância no futuro. 

Além disso, após surtos de doenças contagiosas, sempre se nota um aumento no número de seguros de Vida (como aconteceu na Ásia durante a epidemia de SARS em 2003), assim como o segmento de W&I cresce em momentos de incerteza econômica (como a crise de 2008), enquanto a procura por Seguros de Automóveis e de Viagem diminui.

Expectativas para o mercado de seguros no Brasil

A imagem da indústria de seguros continua a melhorar, a conscientização dos consumidores sobre o seguro aumentou e as vendas de seguro saúde aumentaram. 

Em março de 2020, as buscas por apólices de Seguro de Vida Individual e de Grupo aumentaram, respectivamente, 136% e 250% se comparadas ao mesmo período do ano anterior. Ao longo do ano as altas dos segmentos prestamista (35%), planos de acumulação VGBL (22%) e seguros de vida (17%) foram os destaques do mercado.

Em termos de seguro relacionado a empresas, o impacto da pandemia desencadeou aumento na demanda por seguro de Danos e Responsabilidade em 6%, sendo 22% em responsabilidade civil, 10,2% em patrimonial, 17,8% em crédito e garantia, e 44,0% em marítimo e aeronáutico. 

Durante a pandemia, a frequência de residentes que usam sistemas online, como sistemas de escritório digital e software de reunião online, aumentou significativamente. A aceitação do trabalho remoto aumentou ainda mais, e os hábitos de consumo de seguro do consumidor serão ainda mais migrados para online no futuro, os produtos online auto-selecionados também se tornarão populares.

O seguro Cyber, por exemplo, é um respaldo adicional para reforçar as políticas de proteção de dados e o plano de continuidade de negócios das companhias, o que leva a expectativa de crescimento deste seguro para os próximos anos. Em 2020 a receita em prêmios de Cyber Risks subiu em 99%.

O que vem por aí para o mercado segurador do Brasil?

Além dos desafios que as corretoras podem enfrentar ao lidar com sinistros de seguros, também precisamos estar cientes dos potenciais riscos ao aconselhar seus clientes. 

Esses novos desafios resultam em uma melhoria positiva na forma como fazemos negócios e cuidamos de nossa equipe. Manter a reputação intacta, aprimorar os relacionamentos e se atualizar com novas tecnologias e sistemas de comunicação podem trazer uma abordagem mais moderna para o nosso setor. Acima de tudo, a satisfação de ajudar uns aos outros em tempos de crise.

À medida que a pandemia COVID-19 continua, os especialistas da MDS Brasil em impactos da pandemia em seguros e outras indústrias também contribuem regularmente com conteúdo para nossa página de recursos sobre COVID-19.


 

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