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O IMPULSO DO MERCADO DE E-COMMERCE NO BRASIL DIANTE A CRISE

07.10.2021
O IMPULSO DO MERCADO DE E-COMMERCE NO BRASIL DIANTE A CRISE
Artigo por Thiago Tristão, VP de Riscos Corporativos da MDS Brasil e CEO Brasil da MDS Reinsurance Solutions.

O mercado de e-commerce no Brasil, que ganhava espaço nos últimos anos, alcançou novos setores, clientes e produtos devido à crise sanitária iniciada em 2020. Segundo a pesquisa realizada pela Mundi Map e E-commerce Brasil, o e-commerce é responsável por 58% das vendas dos lojistas entrevistados após um ano de pandemia, afinal, com as lojas não essenciais fechadas e o distanciamento social em vigor, empresas e consumidores se tornaram cada vez mais digitais, fornecendo e consumindo serviços e produtos online. 

Para 42% dos correspondentes, em 2020 as vendas online cresceram 50% e, entre janeiro e março de 2021, 50% afirmam que continuam a crescer. Além disso, o crescimento do e-commerce no Brasil foi de 672% na região Norte, 671% no Nordeste, 611% no Centro-Oeste, 513% no Sudeste e 372% no Sul, segundo dados da Synapcom, no primeiro trimestre de 2021. 

Assim como diversas outras empresas que atuam em sinergia com o segmento, nós da MDS Brasil notamos mudanças proeminentes em relação ao comércio eletrônico, em particular, ao longo da cadeia de abastecimento de alimentos: até mesmo os produtores mais indiretamente atrelados ao online ampliaram o uso de tecnologias digitais para vender seus produtos diretamente aos consumidores - a exemplo da classe dos agricultores. Além disso, inversões também puderam ser observadas: se antes o setor de livros e eletrônicos tinham posição dianteira no mercado de ecommerce no Brasil, hoje os setores alimentício, farmacêutico e de higiene pessoal se destacam nos perdidos de entrega à domicílio. 

Histórico do mercado de ecommerce no Brasil

O e-commerce no Brasil tem seu início em 1995 com o surgimento da loja de livros Booknet, que foi comprada pelo Submarino em 1999. No mesmo ano surgem os comparadores de preço Buscapé e Bondfaro

Ao passo que a internet ganha espaço no Brasil, empresas começam a investir em marketing digital com a compra de anúncios em lojas virtuais. Os buscadores mais famosos eram Cade e o Yahoo, Google não oferecia links patrocinados e Orkut não vendia espaço para publicidade.

Contudo, nos primeiros anos, o mercado de e-commerce no Brasil faturou:

  • R$550 milhões em 2001;

  • R$1,2 bilhões em 2003; 

  • R$ 2,5 bilhões em 2005;

  • R$4,4 bilhões em 2006;

  • E em 2020 a marca de R$41,92 bilhões em vendas.

Com base nestes números, a evolução do e-commerce no Brasil mostra resultados da forte aceitação do comércio eletrônico em todas as regiões, com os consumidores em economias emergentes fazendo a maior mudança para as compras online.

A crise econômica e o mercado de e-commerce no Brasil

Em meio à desaceleração da atividade econômica, a Covid-19 gerou um aumento no comércio eletrônico e acelerou a transformação digital. É notório a introdução dos consumidores idosos, por exemplo, que começaram a se envolver com o e-commerce como meio de aumentar o distanciamento.

Segundo o IBGE, houve queda de 4,1% na economia brasileira, no entanto 68% dos brasileiros acima de 18 anos realizaram compras online, onde 38% realizou de 2 a 5 compras e 11,1% mais de 10 compras, de acordo com relatório da Conversion. No nicho nacional de alimentos, cerca de 54% dos usuários compraram alimentos pela Internet em 2020, acima de 22% em 2019. E, por fim, aumentos significativos também foram observados em cosméticos, produtos de higiene e medicamentos. 

Como a conveniência sempre foi um dos principais impulsionadores do comércio eletrônico, é provável que muitos dos novos usuários continuem pedindo pelo menos alguns produtos online no futuro. Indicadores da Compre&Confie, Social Miner, ClearSale e ANYMARKET mostram que em 2020 os consumidores adiantaram compras na Semana do Brasil e do Dia do Cliente e o mercado de e-commerce no Brasil faturou R$5,3 bilhões, 65% a mais do que no mesmo período em 2019.

Apesar do aumento da popularidade e do crescimento geral das vendas do comércio eletrônico, o gasto mensal médio online por cliente caiu de R$420,78 para R$398,03 como resultado da Covid-19. Provavelmente se deve ao fato de que a incerteza da pandemia fez com que os consumidores adiassem a compra de itens mais caros sempre que possível.

Desafios do mercado de e-commerce no Brasil

A logística é um fator crítico de sucesso para varejistas online e, ao mesmo tempo, uma área que é particularmente sensível em tempos como este. Isso se deve principalmente ao fato de que a presença física dos funcionários é necessária para o atendimento dos pedidos e entrega dos pacotes. 

Com base nas instruções das autoridades de saúde, muitos prestadores de serviços de logística continuam a manter as medidas implementadas para não colocar em risco a segurança e a saúde dos seus colaboradores e para manter as atividades operacionais. Paralelamente, a maioria dos serviços de encomendas tem planos de pandemia projetados para manter o serviço funcionando apesar das restrições caso o vírus se espalhe. No entanto, devido às severas restrições, atrasos não podem ser totalmente descartados. O Mercado Livre, por exemplo, já estuda a possibilidade de entregas no mesmo dia como maneira de fidelizar o cliente.

A crise mostra que os varejistas de e-commerce no Brasil precisam verificar sua cadeia de suprimentos regularmente e otimizá-la para o futuro. Uma maneira de fazer isso é trabalhar com diferentes fornecedores e também prestar atenção à localização geográfica.

Outro fator importante é a taxa de rotatividade, que geralmente é relativamente alta no varejo online moderno. O objetivo é manter o estoque baixo, por isso a visão geral em tempo real do estoque é uma parte essencial da logística para evitar rupturas de estoque.

Oportunidades de crescimento para e-commerce no Brasil 

A pandemia encorajou mudanças irreversíveis no comportamento de compras - um movimento firme em direção ao e-commerce que provavelmente continuará no mundo pós-Covid. Essas estatísticas mostram o crescimento do e-commerce no Brasil, principalmente dos produtos voltados para as necessidades básicas das pessoas. Isso porque a população evita ir ao supermercado e prefere que os produtos sejam entregues para minimizar o risco de infecção. 

Em resumo, à medida que a transformação digital avança, novos modelos de negócios surgem de maneiras difíceis de prever e que desafiam as estruturas políticas tradicionais. 

A boa notícia é que o crescente espaço do comércio eletrônico chamou a atenção das seguradoras e há opções de apólices específicas projetadas especialmente para você. O E&O Consumerista, por exemplo, é uma solução desenvolvida pela MDS Brasil em parceria com a EHTS Consulting que, a partir de pagamento de um valor mensal baixo, permite que as empresas transfiram todos os riscos, custos e o peso da gestão destes processos, além de casos de Procon (como cobertura alternativa), para a Seguradora. Dessa forma, os processos judiciais decorrentes de eventuais insatisfações de consumidores se tornam mais fáceis de gerir e mitigar. 

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