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Responsabilidades e riscos do crescimento da energia eólica

27.09.2021
Responsabilidades e riscos do crescimento da energia eólica

Considerando a iminente consolidação do setor eólico como fonte de geração de energia renovável no Brasil, é momento de voltarmos a atenção para as responsabilidades e os riscos deste tipo de operação. A maior capacidade instalada significa mais turbinas eólicas e, consequentemente, aumento dos riscos de incidentes, envolvendo fornecedores de turbinas, equipamentos de subestações elétricas e operadoresComo é sempre mais recomendável adotar medidas de mitigação, crescem as discussões sobre a importância da prevenção a incêndios em parques eólicos.
  
 

Hoje, o Brasil já tem cerca de 19 GW instalados e a tendência é que o número siga em ascensão nos próximos anos. A expansão também é global e o tema de prevenção a incêndios em parques eólicos é um desafio em todo o mundo. Mesmo sendo considerados eventos menos frequentessão potencialmente danosos às instalações, à vida, aos aspectos financeiros e, principalmente, para a sobrevivência da empresa. Impactos desta magnitude podem colocar em risco a continuidade dos negócios. 

A falta de base estatística confiável relacionada a incidentes ocorridos no setor torna-se uma grande barreira enfrentada pelas empresas quando precisam justificar investimentos relacionados a sistemas de prevenção e combate a incêndios. Mesmo com a escassez de dados, relatos de clientes e informações disponíveis no mercado, mostram que o cenário é bastante preocupante.  

No interior de uma nacele estão presentes elementos básicos para ocorrência de incêndios, como por exemplo, fibra de vidro para construção das estruturasgrandes volumes de óleos lubrificantes, oxigênio e outros materiais combustíveis. E nas subestações elétricas há grandes quantidades de painéis energizados que estão sujeitos a curtos-circuitos, sobretensões e distúrbios elétricos em geral que podem resultar em perdas catastróficas, principalmente, relacionadas a interrupção de produção em larga escala e consequente perda de lucratividade. 


Estudos indicam que as causas de incêndios podem ter diversas origens, pois os equipamentos
, instalados nas turbinas eólicas, são fabricados por diferentes empresas e o mesmo ocorre com as subestações que possuem painéis, sistemas de proteção elétricas, banco de baterias de corrente contínua, retificadores, entre outros equipamentos que tem fornecedores diversos. Os originados de falhas elétricas na maior parte das vezes estão relacionados a transformadores de potência, painéis elétricos e cablagem, podendo ter como resultado arcos elétricos e surgimento de pontos quentes causados por mal contato nos pontos de conexão. Outras origens podem se dar por falhas na montagem, problemas mecânicos, falhas operacionais e manutenção ineficaz.
 


Os sistemas de prevenção
 e combate a incêndios frequentemente encontrados nos parques eólicos no Brasil são extintores portáteis, sistemas de hidrantes e carretas extintoras nos pátios energizados, sistemas de detecção de fumaça nas subestações elétricas e alarmes por botoeiras. Raramente, encontramos sistemas mais avançados, como proteções passivas e sistemas de supressão por gás inerte ou sistema de proteção por aerossol.
 


Diante da eminente crise hídrica, as empresas eólicas devem se preparar para atender uma demanda pujante.
 O avanço das medidas de mitigação deve ser associado a modelos de seguro sob medida para o mercado de energia renovável brasileiro. A soma de iniciativas nas duas frentes irá gerar um ambiente mais propício para o crescimento e a consolidação deste setor no Brasil. As empresas que tiverem mais preparadas sempre estarão um passo a frente e terão um diferencial de mercado.