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ARIEL COUTO: UM LÍDER COM VISÃO E REPERTÓRIO

27.10.2022
ARIEL COUTO: UM LÍDER COM VISÃO E REPERTÓRIO
Por Aline Casemiro, Especialista de Comunicação e Marketing


Sereno, compenetrado e dono de uma personalidade leve, porém firme. Um perfil sólido, construído pelas diversas lições e conquistas que viveu dentro e fora do ambiente de trabalho. Profissionalmente, Ariel Couto é assertivo, facilitador, focado em resultados e, principalmente, dono de uma bagagem exemplar quando o assunto é atuação no mercado de seguros. Mas, entre amigos e família, a postura séria de executivo abre espaço para a descontração e as lembranças acumuladas entre viagens, risos fáceis e bons momentos.  

Em um breve bate-papo, o CEO da MDS Brasil divide alguns dos maiores prazeres, desafios e aprendizados adquiridos ao longo de sua trajetória, revela as principais experiências e convicções que o levaram ao atual patamar na carreira e traça um panorama dos próximos desafios a serem enfrentados no comando da operação brasileira de um dos maiores brokers de seguros do mercado. 

PRIMEIROS PASSOS NO SETOR 


"Minha decisão foi zero razão e 100% emoção”, lembra Ariel, com ar nostálgico, enquanto fala sobre uma de suas primeiras empreitadas no mundo do trabalho – e, com certeza, a primeira no ramo de seguros. O ano era 1995 e, na época, com apenas 20 anos de idade, decidiu abandonar o estágio em uma grande multinacional de tecnologia para investir os conhecimentos adquiridos na faculdade de Administração de Empresas (naquele momento, ainda em curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro) na mais nova aposta do pai: a gestão de uma pequena corretora.   

A ideia de empreender no ramo foi dada por um amigo de seu pai e executivo do mercado.  Na época, soou como uma boa oportunidade para investir o tempo livre decorrente da aposentadoria recém-conquistada no serviço público federal do Rio. "Éramos eu, meu pai, uma secretária e um office boy. Quatro pessoas responsáveis por administrar uma carteira com 50 clientes. Assim era a Elecê”, conta. Embora ousada e um tanto quanto arriscada, a aventura compartilhada entre pai e filho parecia revelar, aos poucos, uma aptidão que nunca havia sido identificada nos dois até então: o talento para lidar com seguros. Em médio prazo, o empreendimento encontrou seu lugar no mercado, e o dia a dia do negócio passou a demandar conhecimentos mais técnicos. Por essa razão, Ariel investiu nos primeiros estudos direcionados à área. "Fiz um curso, aprimorei meus conhecimentos e tirei minha carteira de corretor. Esse momento foi um divisor de águas em relação ao que a nossa empresa representava – a transição de um projeto familiar de corretagem para um modelo de negócio pronto para prosperar”, afirma.  

A guinada definitiva para o mundo dos seguros, no entanto, aconteceu em 2002, a partir de um acontecimento determinante: o nascimento de seu primeiro filho. "Ser pai me levou a repensar se era mesmo viável continuar na rotina de incertezas, altos e baixos que um negócio próprio traz”, explicou o executivo. Entretanto, desvincular-se do empreendimento não parecia uma tarefa fácil, uma vez que, àquela altura, a empresa já havia se tornado referência em seguros para o mercado imobiliário do Rio de Janeiro.  

O desfecho ideal se desenhou após inúmeros aconselhamentos de amigos do setor somados a um período de intensa reflexão no qual o apoio da família foi fundamental. Naquele ano, a Elecê foi vendida para dar espaço à matrícula em um MBA na Coppead, a escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E assim, as decisões tomadas por Ariel abriram caminho para um novo marco em sua carreira, dessa vez, no ramo empresarial: o ingresso na empresa de gestão de ativos Brascan, atual Brookfield. 

DESAFIOS DE ONTEM 


Por mais que a aptidão para a corretagem de seguros tenha transformado Ariel Couto em uma personalidade confiável perante o setor, a experiência na Brascan guardava lições que exigiram novos conhecimentos e, principalmente, muito jogo de cintura. "Lembro-me bem que, durante os tempos de Brascan, passamos por uma reestruturação e, no meio daquele movimento, recebi um desafio peculiar: arquitetar o programa de seguros das primeiras PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) do grupo”, conta o atual CEO da MDS Brasil, resgatando um pouco do nervosismo que sentiu naqueles tempos. Pego de surpresa e sem nenhuma familiaridade com o assunto, o líder viu nos estudos a única saída para o pedido inusitado. "Li tudo o que encontrei a respeito daquele tema – cada case, reportagem e material didático que pude achar –, e tive também muito apoio de profissionais do segmento. No fim das contas, me aprofundei tanto que cheguei a ser reconhecido como especialista em seguros dessa natureza”, afirma. 

A segunda situação desafiadora lembrada por Ariel ocorreu justamente fora do trabalho. "Era dia 2 de janeiro, pós-Réveillon. Eu estava em férias com a família no parque Beto Carrero World, na região sul do país”, conta. Ao ser informado sobre um sinistro de grandes proporções relacionado a uma das plantas do grupo Brascan, o executivo trocou as férias por trabalho e a diversão por responsabilidade. "Quem atua no setor sabe que grandes sinistros nem sempre são regulados dentro de poucos dias ou semanas. É preciso mergulhar de cabeça na situação e acompanhá-la por meses a fio, até que a imagem e o patrimônio do cliente não estejam mais em jogo”, detalha. Apesar do gosto por viajar com a família, Ariel já compreendia que a arte de lidar diretamente com clientes demanda, ao mesmo tempo, disponibilidade, sensibilidade e respostas rápidas. "E, na verdade, essa forma de pensar sempre foi um traço da minha personalidade, algo que faz parte de mim. No fundo, detesto viver com a sensação de dever respostas ou deixar expectativas em aberto. Nunca gostei de dever nada a ninguém, seja na vida pessoal ou profissional”, explica. 

O perfil facilitador e a postura focada de Ariel provêm ainda de outras vivências profissionais dentro do mesmo setor: por cerca de dez anos, o executivo atuou em diferentes seguradoras, o que foi fundamental para ampliar sua visão sobre o mercado. "O dia a dia nas seguradoras pelas quais passei me permitiu estar ‘do outro lado da mesa’ e entender a fundo o seu funcionamento. Agora que estou de volta à corretagem, pretendo utilizar esse conhecimento adquirido em favor dos nossos clientes”, enfatiza. 

Passo a passo, essa trajetória abriu as portas para que o novo CEO incorporasse o jeito MDS de trabalhar. Ao chegar, no entanto, Ariel se deparou com o que acredita ter sido o seu primeiro desafio: ajustar-se a um time de líderes já consolidado. "Cheguei e já tinha equipe pronta. Não montei a minha e, por isso, precisei me adaptar ao perfil e à forma de atuação de cada um, além de lidar com a diversidade cultural, as expectativas, os hábitos e os anseios de dois acionistas diferentes”, explica. O obstáculo deu ao executivo a oportunidade de desenvolver qualidades essenciais para o dia a dia de qualquer profissional – a compreensão, a observação, o dom de ouvir e, acima de tudo, a sabedoria para entender que, às vezes, nem todas as respostas podem ser dadas instantaneamente.  

DESAFIOS DE HOJE


Ariel também ressalta que, junto aos aprendizados diários na cadeira de comando da sede brasileira, vieram também gratas surpresas. "A MDS, para mim, é a corretora mais completa do mercado. Temos uma carteira que compreende desde seguros individuais até resseguros, passando por P&C e benefícios. Essa realidade não é a mesma para concorrentes do nosso porte e segmento”, frisa.  

"Além disso, aqui tenho a oportunidade de vivenciar a transformação digital em praticamente todos os processos. No campo das vendas, – em especial Affinity, Worksite, Varejo e PME – já agregamos aos clientes uma experiência muito mais automatizada, graças ao emprego bem-sucedido de ferramentas e aplicativos desenvolvidos pela corretora. Do lado consultivo, sobretudo em P&C e Benefícios, já fazemos o uso de Analytics e inteligência artificial para compreender o passado e prever o comportamento de nossos clientes, a fim de antever suas necessidades e entregar-lhes alternativas personalizadas e assertivas”, detalha. 

O líder, no entanto, compreende que tais ferramentas e recursos só são percebidos pelos clientes graças à capacidade técnica dos funcionários e às suas habilidades para operar com maestria cada novo processo. "Em poucas palavras, acreditamos que as soluções tecnológicas vieram para agregar agilidade, melhor custo-benefício e inteligência, e não para substituir os talentos de executivos, colaboradores e parceiros com os quais já contamos. Por fim, toda essa cadeia completa e funcional ainda surpreende pela robustez da governança empresarial que temos”, conclui.  

Mas será que o potencial da empresa já está alinhado às novas expectativas do setor? O executivo está convicto que sim, desde que tais competências se mantenham atreladas a um olhar atento e crítico para a dinâmica de um mercado em constante mutação. "Na minha análise, a evolução do mercado de seguros é um reflexo da atividade econômica do país: quanto maior a empregabilidade e a circulação de produtos e serviços, maior a arrecadação de prêmios, e, consequentemente, maiores as oportunidades para as corretoras. Portanto, após um hiato de dois anos no qual o segmento de seguros cresceu, respectivamente, 6,3% e 3,4%, quebrando a sequência de expansão de dois dígitos, as expectativas para 2019 estão altas", afirma.  

Por falar em expectativa, Ariel resume em três palavras aquilo que espera para o próximo ciclo: crescimento, margem e inovação. "Transformar a MDS Brasil na maior das operações é um desejo de todo o grupo e um objetivo que devemos perseguir. E junto a este ponto, há também a ambição de aumentar a nossa lucratividade e, para isso, o olhar inovador é indispensável”, diz. 

Nesse sentido, Ariel Couto detalha que a companhia já tem dado importantes passos para que a inovação deixe de ser apenas um objetivo e se converta em vantagens concretas para os clientes: enquanto as recentes aquisições da consultoria brasileira Ben’s e de uma parte relevante da 838 Soluções traduzem a expertise da MDS no segmento de gestão de benefícios corporativos, a compra da empresa Process reitera a tradição da companhia em soluções de P&C e Garantias. Sob esta mesma perspectiva, o ano que se inicia traz consigo o lançamento de um projeto que representa uma guinada na forma de atuação da companhia: o MDS Lab. Trata-se de uma nova unidade situada em Brusque, Santa Catarina, cuja missão é estimular o desenvolvimento de soluções ágeis e funcionais que, futuramente, poderão fazer parte dos serviços da empresa.  

CONVICÇÕES 


De forma tímida e, ao mesmo tempo, ambiciosa, Ariel Couto se consolidou como um executivo respeitado e dono de uma expertise ímpar no mundo securitário. Em sua avaliação, manter dentro de si os traços do jovem impetuoso e inquieto que foi são parte da receita para chegar aonde quer. E por falar na juventude, o CEO se diverte ao lembrar os tempos no Rio de Janeiro, cercado de praia, surfe e bodyboard, e não deixa de ponderar tudo o que aprendeu de lá pra cá. "Se eu pudesse dar conselhos ao Ariel daqueles tempos, diria a ele que não há nada como um dia após o outro, e que grande parte do segredo da vida está em controlar a ansiedade e não supervalorizar pequenos problemas a ponto de torná-los grandes. Diria a ele que a vida ainda lhe traria novos gostos, como a paixão por esquiar, a apreciação de bons vinhos e o orgulho pelo trabalho bem feito, além de uma linda família (agora com dois filhos), muitas viagens e, acima de tudo, muita sabedoria. Em resumo: o Ariel de hoje mostraria ao Ariel de ontem que paciência, propósito e paixão são os segredos para conquistas antes inimagináveis”, finaliza.